O drama da dúvida que reina em sua mente
entorpece meu sentimento e dá medo.
Estou estática diante de sua postura
e temo atenta meu futuro.
Não quero a dor e o lamento
não quero a poesia engasgada
nem a cobrança desvairada.
É o fim.
Singular é pouco para quem tem multiplicidade. Ímpar é pouco para quem vive em pares. Olho no espelho e ando pra trás: idade diminuta, olhos mais brilhantes, sonhos mais perversos. Não dá para ter tudo, então me resguardo na palavra. Quase igual aos outros. Quase.
domingo, 22 de julho de 2007
terça-feira, 17 de julho de 2007
INTERVENÇÕES
Tem um bicho que te rói por dentro. Ele te suga, corroí teus órgãos e tua energia. Ele te tira do eixo, dos teus sonhos e te entorpece. Bêbado de álcool e de angústias, te vejo trôpego pelas ruelas da noite. Em êxtase pela droga adquirida, em busca de uma realidade que te satisfaça.
Você tem a juventude sufocante que busca a razão, o sentido e a lógica. E nela se dispersa, embevecido pelas tentações. Sem limites, sem parâmetros. O grito que ecoa pelos becos, nas horas mais descabidas, sem vergonha ou motivo, emitem palavras desconexas em premissas de lutas sem causas concretas e da rebeldia pulsante do presente.
Homem feito e barbado, rosto de criança, olhar de menino tenso. Perdido e incoerente. Tem a música nas veias e o talento nas mãos. E as corta com a gilete afiada do medo, sangrando pela falta de ar e excesso de tédio. Angustiante. Mente a si mesmo pois desconhece os muros. Teus olhos melancólicos remetem a dor e a morte. Mas sinto calma quando suspiras. Sinto seu coração que palpita de vida e desejos. Diante de mim paira um menino, enfim, que quer ser feliz, apenas feliz, mas não detém o fio que te levará ao caminho.
Eis um ouro sem lapidação, achado raro em pedras embrutecidas. Um mago, um druida. Um louco, inconseqüente. Sábio, peregrino. Pés flutuantes, sapatos desgastados, roupas rotas e vaidades explícitas. Homem fiel ao amor bramido, nunca porém vivido. As meninas te inspiram e você cai nos seios que te acenam. Carinho vazio. Homem menino.
Teu bicho te roí e mastiga tuas entranhas. Tão vigoroso que te arrasta de si mesmo. Tão voraz que te afugenta de mim.
Tem um bicho que te rói por dentro. Ele te suga, corroí teus órgãos e tua energia. Ele te tira do eixo, dos teus sonhos e te entorpece. Bêbado de álcool e de angústias, te vejo trôpego pelas ruelas da noite. Em êxtase pela droga adquirida, em busca de uma realidade que te satisfaça.
Você tem a juventude sufocante que busca a razão, o sentido e a lógica. E nela se dispersa, embevecido pelas tentações. Sem limites, sem parâmetros. O grito que ecoa pelos becos, nas horas mais descabidas, sem vergonha ou motivo, emitem palavras desconexas em premissas de lutas sem causas concretas e da rebeldia pulsante do presente.
Homem feito e barbado, rosto de criança, olhar de menino tenso. Perdido e incoerente. Tem a música nas veias e o talento nas mãos. E as corta com a gilete afiada do medo, sangrando pela falta de ar e excesso de tédio. Angustiante. Mente a si mesmo pois desconhece os muros. Teus olhos melancólicos remetem a dor e a morte. Mas sinto calma quando suspiras. Sinto seu coração que palpita de vida e desejos. Diante de mim paira um menino, enfim, que quer ser feliz, apenas feliz, mas não detém o fio que te levará ao caminho.
Eis um ouro sem lapidação, achado raro em pedras embrutecidas. Um mago, um druida. Um louco, inconseqüente. Sábio, peregrino. Pés flutuantes, sapatos desgastados, roupas rotas e vaidades explícitas. Homem fiel ao amor bramido, nunca porém vivido. As meninas te inspiram e você cai nos seios que te acenam. Carinho vazio. Homem menino.
Teu bicho te roí e mastiga tuas entranhas. Tão vigoroso que te arrasta de si mesmo. Tão voraz que te afugenta de mim.
segunda-feira, 16 de julho de 2007
LETRA E MÚSICA
O g do seu nome rima com sol
com riso, com gosto
com sabor e mar.
O g do seu nome combina com meu A
e vira amor, afago, abraço,
aspiração.
O g do seu nome é gaiato
rima fácil com palvras sem rimas
flui constante em minha gargata
como saliva.
O g do seu nome é rico em fibra
estremece a linha, enfurece o clima
destoa minhas notas
desafina, afina, desafia.
O g que me fascina.
trai, refaz, seduz, afugenta e desalinha.
G de imensidão
de perdido, louco, solto,
bicho.
Quero teu g comigo
no corpo, no nome, na mochila.
Seu g dentro de mim
e na rima.
O g do seu nome rima com sol
com riso, com gosto
com sabor e mar.
O g do seu nome combina com meu A
e vira amor, afago, abraço,
aspiração.
O g do seu nome é gaiato
rima fácil com palvras sem rimas
flui constante em minha gargata
como saliva.
O g do seu nome é rico em fibra
estremece a linha, enfurece o clima
destoa minhas notas
desafina, afina, desafia.
O g que me fascina.
trai, refaz, seduz, afugenta e desalinha.
G de imensidão
de perdido, louco, solto,
bicho.
Quero teu g comigo
no corpo, no nome, na mochila.
Seu g dentro de mim
e na rima.
ATORDOADA
Ele me trai.
Em pensamento, em atos, sonhos.
Ele me trai.
Tem casos omissos,
amores clandestinos,
figuras indecifráveis.
Percorre vielas, bebado,
de vinhos, drogas e desejos.
Ele me trai.
Mente ao sorrir
é enigmático com as palavras
e seduz como um maldito.
Se faz de anjo
e é mais um.
Se faz de mágico
e é torpe.
Ele me atrai.
Em pensamento, em atos, sonhos.
Ele me trai.
Tem casos omissos,
amores clandestinos,
figuras indecifráveis.
Percorre vielas, bebado,
de vinhos, drogas e desejos.
Ele me trai.
Mente ao sorrir
é enigmático com as palavras
e seduz como um maldito.
Se faz de anjo
e é mais um.
Se faz de mágico
e é torpe.
Ele me atrai.
FACES
Gosto de ataques imediatos
palavras francas
rápidas, intensas, grossas.
Não faço meia volta
sou direta, jogo tudo, disparo.
Sou grande, imensa, tridimensional.
Sou um soco no estômago.
Comigo nada é pouco, nem o bastante.
Causo impacto, furor, incomodo.
Suave, calma, amorosa
dona do profundo amor
e dos mistérios do sentimento.
Ambígua em deslizes,
inteira em atitudes.
Sou assim,
meio culpa, meio certeza,
viva.
Metade mulher, metade bicho.
Metade Lua, a outra também.
Gosto de ataques imediatos
palavras francas
rápidas, intensas, grossas.
Não faço meia volta
sou direta, jogo tudo, disparo.
Sou grande, imensa, tridimensional.
Sou um soco no estômago.
Comigo nada é pouco, nem o bastante.
Causo impacto, furor, incomodo.
Suave, calma, amorosa
dona do profundo amor
e dos mistérios do sentimento.
Ambígua em deslizes,
inteira em atitudes.
Sou assim,
meio culpa, meio certeza,
viva.
Metade mulher, metade bicho.
Metade Lua, a outra também.
domingo, 15 de julho de 2007
VAZIO INITERRUPTO
Daqui a pouco você vai embora
Aflito, com compromisso pronto,
ânsia de vômito
e me deixará vazio
o coração e a cama.
Estatelada de êxtase e susto
depois de uma noite de amor e gozo:
a culpa.
Pelo amor trocado e não permitido,
o desejo concedido
o prazer além da carne
o sentimento que extravaza a pele
e a necessiade desse alimento diário.
Implantamos na cama oportuna
o pecado na crise da idade
Julgamos culpa o que é descoberta.
Te amo sem saber que é amor.
E vejo teus olhos brotarem de susto,
arredios e entregues a esse sentimento entorpecente.
sexta-feira, 13 de julho de 2007
SOL
Quando sinto fome, como doce. Quando não sinto, diluo. No frio, me aqueço, no calor me abano. Na saudade procuro. No desejo, busco. Quando durmo, sonho. Quando sonho, vibro. Quando acordo, envaideço. Quando quebro, monto. Quando sacudo, me ajeito. Quando limpo, sujo. Quando sinto dor, grito. Quando amo também.
Quando de frente, me viro. Se me viro, encanto. Se encanto, vôo. Se vôo, plaino. Se tenho asas, sou anjo. Se sou anjo, protejo. Se protejo, curo. Se curo, cuido. Se cuido, dou. Se dou, recebo. Se recebo, guardo. Se guardo, esqueço. Se esqueço, não é nada.
Quando feliz, canto. Quando triste, calo. Quando irada, esbravejo. Quando intensa, entorno. Quando chovo, seco. Quando te amo, alvoreço.
Quando relaxo, sofro. Quando sofro, choro. Quando choro, soluço. Quando soluço, te chamo. Se te chamo, te quero.
Quando começo, paro. Quando tensa, mudo. Quando mudo, me esqueço. Quando esqueço, reclamo. Quando reclamo, cheiro. Quando cheiro, tenho humor. De humor, sorrio. Quando sorrio, lembro. Quando lembro, brinco. Quando brinco, machuco. Quando machuco, sangra. Quando sangra, clamo. Quando clamo, rezo. Quando rezo, te chamo.
Quando te chamo, fico quieta. Se quieta, lamento. Se lamento, sofro. Se sofro, me contento. Se aguardo, impaciência. Se sou faísca, apago. Se apago, viro raio. Se sou raio, luz do sol. Se sou sol, sou você.
DOCES E MARES
Você tem cheiro de passarinho quando canta,
de sol que acorda,
de balanço de rede em dia de brisa,
da delicia do sorriso de uma criança.
Ao seu lado, sou relógio quebrado
e saboreio pipoca abraçada,
sujo a boca de sorvete
e melo os dedos com a calda.
Parece banho de mar em água quente,
colo sem velocidade,
afago sem reticências.
Prazer sem pecado,
vicios sem camuflagem
brincadeiras sem temores.
Meu anjo visível, sei que existe agora
e está próximo de mim.
Você tem cheiro de passarinho quando canta,
de sol que acorda,
de balanço de rede em dia de brisa,
da delicia do sorriso de uma criança.
Ao seu lado, sou relógio quebrado
e saboreio pipoca abraçada,
sujo a boca de sorvete
e melo os dedos com a calda.
Parece banho de mar em água quente,
colo sem velocidade,
afago sem reticências.
Prazer sem pecado,
vicios sem camuflagem
brincadeiras sem temores.
Meu anjo visível, sei que existe agora
e está próximo de mim.
MISCELÂNEA
Eu sempre quero tudo e muito.
Sempre quero mais, não o bastante
Quero os sins, seja lá como forem.
Tenho o tempo nas mãos e sobrevivo as ventanias.
Não decido, me direciono.
Acedio as paixões e queimo.
Sou intensa, vibratória e louca.
Finjo, minto, dissolvo.
Invento alvos, me atiro, caio.
Busco as freqüências, potencializo as vitórias
alcanço as metas, quero as novidades.
Não duvido, não recrimino, não julgo
Eu faço, eu marco.
Não sou de escolhas, apenas quero.
Eu sempre quero tudo e muito.
Sempre quero mais, não o bastante
Quero os sins, seja lá como forem.
Tenho o tempo nas mãos e sobrevivo as ventanias.
Não decido, me direciono.
Acedio as paixões e queimo.
Sou intensa, vibratória e louca.
Finjo, minto, dissolvo.
Invento alvos, me atiro, caio.
Busco as freqüências, potencializo as vitórias
alcanço as metas, quero as novidades.
Não duvido, não recrimino, não julgo
Eu faço, eu marco.
Não sou de escolhas, apenas quero.
DECLARAÇÃO
Menino bonito
de pele branca e afável
dedos singelos que tocam música
voz macia, gestos de integridade
caráter latente, firmeza de olhar.
Homem, de fato, na pele de menino matreiro.
Arrebata as pessoas com sorrisos largos e olhos brilhantes
Sabe ser a si próprio
e se perde em caminhos intensos
que percorrem a vida.
Talento incomensurável para ser ele próprio
e um jeito peculiar de ser especial.
DESVIOS
Ocorre que o bicho que te roi por dentro
é maior que o meu.
Ocorre que o bicho que te roi por dentro
é maior que o meu.
Corroi tuas entranhas
e te afasta de mim.
Sou tua desde o momento que descobri teu sorriso
e me ponho aos seus pés
diante de sua insegurança.
Tenho sede de sua saliva
e fome de tua pele espessa.
Quero o suspiro inteiro
de um homem pela metade.
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