quinta-feira, 13 de setembro de 2007



Meu

O que é meu que vai embora
hemorrágica saída
que transborda em mágoa?

O que é meu que ignoras?
Respeito: te imploro.
Doces mentiras que contas a si mesmo...
Tens um tufão no peito se remoendo por mim
Disfarça...
Farça!
Teu olho volteado se abre de encanto
e pasmo tu me escapas.
Menino travado no tempo
do certo e do errado.
Quimera e imperfeito ardem
O sexo é palavra casta
A boca semi-aberta seca.
Tremes...
Tu me escapas e ri acreditando.
Vai embora.
Te ofereço o mundo e você não sabe o que é isso.


Postúma

Já ouvi você se declarar
Vi você chorar
Percebi também sua palavra
Presa na garganta.
Meus poemas rasgados
já causaram emoção.
Minhas loucuras já te extasiaram
e provei o delírio de tua rotina.
Nossos sonhos se misturaram um dia
e talentosas, as cores se combinavam.
Sua música encontrou minha letra
e teu calor encobriu minha nuca.
Seus dentes já cerraram meu medo
e teus braços cortaram minha fuga.
A cálida descoberta esvaindo em nossas mãos...