ESCORRO
Se chover demais alaga a rua
Se chover de menos, respinga o cabelo
Se não chover, seca
Se seca, racha o chão
E o dia insiste em nascer
E o sol insiste em aparecer
Que tempo é esse que dissolve as lembranças?
Que suspiro é esse no meio do concreto?
De pés no chão se crê no hoje
E as nuvens não amargam tanto
Minha garganta arranha quando eu canto.
Que mistério é esse que vem me libertar
Da rotina do vento que entorta a flor?
Ando cheia de manias
E essa mania de forjar os sonhos
Ando cheia de idéias
E essa idéia de camuflar o tempo
Nenhum comentário:
Postar um comentário