terça-feira, 8 de janeiro de 2008

ESCORRO

Se chover demais alaga a rua
Se chover de menos, respinga o cabelo
Se não chover, seca

Se seca, racha o chão
E o dia insiste em nascer
E o sol insiste em aparecer

Que tempo é esse que dissolve as lembranças?
Que suspiro é esse no meio do concreto?

De pés no chão se crê no hoje
E as nuvens não amargam tanto
Minha garganta arranha quando eu canto.

Que mistério é esse que vem me libertar
Da rotina do vento que entorta a flor?

Ando cheia de manias
E essa mania de forjar os sonhos
Ando cheia de idéias
E essa idéia de camuflar o tempo

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